domingo, 22 de março de 2015

O conhecimento (conceito, elementos e apropriação)


É sabido que o conhecimento está em todos os lugares. Qualquer lugar que você olha, existe um conhecimento associado. Muitas pessoas utilizam o conhecimento mas não sabem o que ele realmente é, ou seja, se fizermos o questionamento "o que é conhecimento?", a maioria das pessoas iriam tentar definir de acordo com seus efeitos, e não a causa, propriamente dita. Alguns poderiam dizer que conhecimento é tudo que encontramos em livros, que aprendemos com os professores, em escolas, entre outros lugares, não obstante, essa resposta não é apropriada para a pergunta feita, porquanto explica de onde vem o conhecimento, mas não o que ele é.
Vamos nos diligenciar a conceituar o vocábulo “conhecimento”. Cipriano Luckesi o fez muito bem. O conhecimento é a elucidação da verdade, onde elucidar significa trazer à luz, em outras palavras, significa desvendar a verdade, tornando-a clara e inteligível. Sabe-se que a verdade é algo misteriosa, opaca e ofusca. Quando o conhecimento se faz presente, quer dizer que essa verdade foi desvendada, foi trazida à luz. Vale salientar que essa luz provém da inteligência do homem, pois possui o dom da inteligibilidade.
O conhecimento possui quatro elementos principais: sujeito, objeto, ato de conhecer e o resultado. O sujeito é o ente conhecedor, aquele que possui a capacidade de conhecer a verdade. O único que possuí essa capacidade é o ser humano, pois possui o dom da inteligibilidade. O objeto é o ente conhecido, é o mundo exterior ao qual o homem vive. Ou seja, quando um conhecimento é feito, este não depende apenas do sujeito, mais também do objeto. Pois o sujeito tenta desvendar a lógica do objeto, onde este possui em sua essência fragmentos que determina sua singularidade. Quando o homem define um conceito, ele não quis que o conceito seja este, porém o objeto se manifestou através do conceito explicitado. Então o conhecimento necessita do homem para trazer a luz (através da inteligibilidade) e do objeto para expor os fragmentos de luz.
O ato de conhecer é o processo de interação entre o sujeito e o objeto, com a finalidade de deslindar a lógica deste. É através do ato de conhecer que se produz o conhecimento. A produção do conhecimento se dá através de recursos metodológico e disciplinados, onde é possível extrair, com segurança, as características do objeto estudado. O sujeito, previamente, utiliza hipóteses (que são respostas baseadas no conhecimento prévio, adquirido em livros, escolas, entre outros), onde é possível realizar os estudos com base nas hipóteses definida. O trabalho de produzir o conhecimento necessita de muita dedicação, pois é nele que o ato de conhecer se estabelece. E, por fim, o resultado é a verdade desvendada, que foi tornada acessível, clara e objetiva, ou seja, o conceito foi determinado. É importante frisar que o ato de conhecer é analítico e o resultado é sintético.
A apropriação do conhecimento, onde o vocábulo “apropriação” significa compreensão, se dá por duas maneiras: direta ou indireta. Ambas, na prática, são inseparáveis, porém na teoria são bem distintas. A apropriação direta se dá quando o sujeito tem contato direto com o objeto, onde este ainda é misterioso, obscuro e opaco. Ou seja, é um desafio para o sujeito, onde ele deve por si só, utilizando das técnicas metodológicas e de maneira disciplinar, elucidar (trazer à luz) a verdade. A apropriação indireta possui um mediador, que o sujeito que já desvendou a verdade, e quer repassar, seja qual for o meio de comunicação. Ou seja, de maneira indireta.


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